sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Idiotisse Universitária

Hoje vou falar sobre um evento deplorável que ocorreu em uma universidade de São Paulo. Trata-se do caso da aluna que foi vítima de ofensas e ameaças por parte de outros estudantes da Uniban.

Primeiramente, vou explicar que, ofender alguém (como ocorreu com a referida aluna que foi repetidamente chamada de “puta”), constitui crime de Injúria (art. 140 do Código Penal), e eu realmente espero que os responsáveis sejam identificados e devidamente punidos.

Agora vamos a uma análise profunda. Uma estudante adentra a universidade, e por estar usando roupas curtas (SÉRIO?? Me diga que mulher que hoje em dia não usa calças agarradas, minissaias, etc?) passa a ser acuada pelos demais alunos, e inclusive pelos seguranças da universidade, sendo ameaçada e estupro por alguns e xingada pela maioria. Sendo obrigada a se trancar em uma sala, e só consegue deixar o local escoltada pela polícia.
À luz dos eventos (e depois de nos recuperarmos da indignação) algumas coisas precisam ser colocadas em pauta:

1- Quem são aqueles alunos para julgar alguém? Digo, quantos usuários de droga, quantos alcoólatras, quantos indivíduos de má índole encontram-se entre eles? Possivelmente um ou outro (senão vários). E quem são eles, portanto, para julgar alguém? Ninguém! Eles não são ninguém para julgar. E isso deixa clara a hipocrisia da nossa sociedade (e do ser humano em geral). Mas devo lembrar que embora não sejam ninguém para julgar, são sim passíveis de punição criminal pelos seus atos (Injúria!!! Bendito seja o legislador que a tipificou no Código Penal!);

2- Os funcionários da faculdade. Estes estão lá a trabalho, ou seja, cumprindo funções voltadas ao funcionamento da instituição, à prestação do serviço ao aluno. Os seguranças estão lá para garantir o bem estar do aluno, e não para se juntar a turba irracional e hipócrita e ofender a aluna (cuja mensalidade, por sinal paga-lhes o salário); Nos meus tempos de universitário já me deparei com seguranças desse tipo, e isso traz à tona meu conceito de que o brasileiro tem uma séria deficiência profissional, pois não sabe agir com profissionalismo, deixando de lado sua parte pessoal quando no exercício de suas funções; mas como este assunto será abordado em outra postagem, vou me resumir a dizer que torço para que esse tipo de gente vá para o olho da rua e nunca mais arrume emprego em lugar nenhum;

3- Em relação à aluna. E daí se ela estava usando roupas curtas? A roupa é dela; o corpo é dela. Claro que alguém tem o direito de não achar legal, de não aprovar, mas uma coisa é ter gostos e opiniões diferentes, outra é ofender alguém, ameaçar de estupro, acuar, simplesmente pelo fato de tal pessoa agir de forma incompatível com os gostos alheios. Além do que, se a reitoria da universidade acha que os trajes não são adequados para o ambiente, cabe a eles informá-la, e de maneira cordial. Mas claro, o brasileiro (assim como o norte americano, entre outros povos e culturas) não tem a capacidade de pensar por si próprio, de agir com base no raciocínio individual. Ele não possui personalidade, e acha extremamente lindo agir de forma coletiva, sem sequer se perguntar o porquê (vocês realmente acham que todos aqueles caras que passam com o caro tocando funk no último volume gostam de funk? Claro que não, eles só agem assim porque todo mundo está agindo. É bonito, dá status agir na moda, se comportar seguindo os padrões – se jogar na frente do ônibus alegando “seilá porque...mas já que todo mundo ta se jogando, eu vou também”- ignorando a própria capacidade de raciocinar. ACORDEM!;

4- Imaginemos então, todos esses indivíduos (Deus, que todos eles tranquem os cursos e nunca se formem em nada) com um diploma na mão. Imaginemos alguém com tal mentalidade, conquistando uma carteira da OAB, ou então sendo ingressando na Promotoria Pública ou sendo investido na Magistratura (que nunca consigam); ou então se formando como médicos (você se consultaria com um médico que ameaça estuprar uma pessoa por ela usar roupas curtas?). Tal vislumbre lança uma perspectiva sombria no futuro do país;

5- É engraçado como por um lado, os jovens acham que legalizar a maconha é sinal de modernidade, enquanto que do outro lado praticamente tentam apedrejar uma mulher porque ela não está usando burca. Sabem, na época da inquisição a igreja (claro) criou um livro chamado Maleus Malefcarum (O Martelo das Bruxas), um livro que ensinava como localizar uma bruxa, e como matá-la. Naquela época as pessoas costumavam acusar umas as outras de bruxaria (em nome de rivalidades pessoais, para tirarem “o seu” da reta, ou por pura maldade), eles, então, em turbas descontroladas gritavam “bruxa, bruxa – puta, puta – bruxa” e juntos, como uma mente coletiva e irracional, levavam a pessoa acusada à sua morte. Hoje sabemos que eles eram um bando de débeis irracionais e assassinos, e que todas aquelas vítimas eram inocentes. E hoje vemos que em pleno século 21 a humanidade continua tão débil quanto era no século 16.
Com base em tudo isso, eu digo tristemente (embora simbolize um triunfo da minha ideologia, eu realmente gostaria de estar errado) que o brasileiro - e de modo geral o ser humano, pois tal comportamento não ocorre só com os referidos alunos da Uniban – acabou de me dar a prova de tudo aquilo que eu prego a respeito de sua decadência, de seu modo débil - não, eles não são como animais, são piores, pois os animais não pensam porque não podem, enquanto os primeiros podem mas optam orgulhosamente por não fazê-lo - de agir. Não concordam? PROVEM-ME O CONTRÁRIO. AJAM DE FORMA DIGNA.

Termino, ainda revoltado com a situação, torcendo para que CADA UM dos presentes na lastimável cena sejam punidos de acordo com o crime praticado.

Insanidade Mor